Apesar de essa não ser a única coisa nesse estilo que aconteceu comigo, foi a
mais marcante. Eu sempre vejo ou ouço algumas coisas estranhas, mas nunca passou
disso. Até essa noite.
Eu estava deitada na minha cama já fazia algum tempo, mas ainda não estava
dormindo, mas já estava quase lá. Estava naquele estado de semi consciência.
Então ouvi um barulho no meu quarto que acabou me "acordando". Parecia ser de
alguém respirando, o que era estranho, já que eu dormia sozinha. Eu acendi um
abajur que tinha do lado da minha cama, mas não tinha ninguém no quarto, só eu.
Eu fiquei em silêncio mas não consegui ouvir mais nada. AChei que estava
imaginando coisas, então apaguei a luz e voltei a dormir.
Pouco tempo depois, quando estava quase dormindo de novo, eu ouvi um barulho de
alguma coisa caindo no chão do meu quarto. Com o susto eu acendi a luz correndo
e vi a minha mochila da escola no chão, aberta com os meus livros e cadernos
espalhados pelo chão. O que eu estranhei é que a minha mala já estava no chão,
só que fechada. Eu achei que o meu irmão tinha entrado no meu quarto para pegar
alguma coisa nela e quando foi embora simplesmente jogou ela no chão aberta. Eu
levantei para ir brigar com ele, mas quando eu tentei abrir a porta, ela ainda
estava trancada. Eu fiquei meio confusa com isso, mas estava tão cansada que
resolvi que no dia seguinte eu tentaria imaginar o que tinha acontecido.
De novo eu voltei para a minha cama e voltei a tentar a dormir. Foi então que eu
levei um baita susto. Quando estava quase dormindo, eu senti alguém agarrar os
meus tornozelos. Eu soltei um grito e tentei acender o abajur de novo, só que
ele estava fora do meu alcance, e o que quer que tinha me agarrado, estava
segurando forte, quase me machucando. Eu tentei dar um tapa onde eu achava que o
meu agressor estaria, mas não tinha nada lá, a minha mão só passou pelo ar a
acertou a parede.
O grito que eu soltei deve ter chamado a atenção da minha família, pois o meu
pai estava batendo na minha porta perguntando o que estava acontecendo. Quando
ele começou a bater na porta, o que estava me segurando me soltou e eu consegui
acender o abajur. Para o meu espanto (e alívio) eu estava sozinha no meu quarto.
Eu abri a porta e sem saber o que falar para o meu pai, falei que tive um
pesadelo e gritei assustada, mas que já estava tudo bem. Ele entrou no meu
quarto, olhou em volta e saiu me dando um beijo de boa noite.
Eu ainda estava assustada, mas não sabia o que falar para a minha família sem
parecer que estava doidona, então fiz uma busca pelo meu quarto, que não é muito
grande. Só abri os armários, olhei em baixo da cama e embaixo da escrivaninha.
Não achei nada de anormal. O que quer que fosse que tinha me agarrado, já não
estava mais lá. Mas ainda estava um pouco (mais para um muito) assustada, então
deixei a luz do abajur acesa e fui dormir.
Nada mais aconteceu naquela noite, mas já cheguei a ouvir aquele som que parece
uma respiração de novo. Algumas vezes eu noto algumas coisas no meu quarto que
não estão onde eu deixei, e já cheguei a ver um vulto lá dentro uma vez quando
passa em frente a ele enquanto ia da sala para o banheiro e a luz estava
apagada. Mas foi só isso. Nada tão dramático chegou a acontecer de novo lá, e eu
espero que nunca aconteça.
Adriana - São Paulo - S.P.